domingo, 13 de dezembro de 2009

Céu vermelho, cor de chuva

Nublado, sem estrelas, sem lua, e sua cor é vermelha. Hoje o vento sopra mais leve, mais calmo, sem pressa talvez, e as nuvens enviam algumas gotas de chuva. Vem do céu, o mesmo que dias atrás me vi olhando em favor de uma promessa, cumprindo o dever de compartilhá-lo através de olhares.


Vontade, saudade;

Desejo, apelo.


Ouço um silêncio gritante, depois um ruído como se estivesse tentando não fazer barulho. É um dia incomum para mim. Ou não, talvez o dia seja igual a todos os outros, e eu seja a intrusa desse (agora meu) espaço.

Céu, estrelas, lua, vento, chuva, cores e o doutor tempo. Estou aprendendo com eles...


Mas ainda estranha, sou ingrata a esses professores.
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(D. Cris)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Diálogo - Por Rita Apoena

— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos).

— Ah. Porque eu sou tímida.



(R. Apoena)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Intimidades



No mesmo céu - o mesmo céu - mágico assim, sob a luz da lua... Irremediavelmente tua!


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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Aquela carta

Sou feito de sentimentos, emoções, de luz, de amor. Sou a voz que você ouve quando pede um conselho, sou quem te toma nos braços quando necessita. Talvez, agora, enquanto lê essas palavras, eu esteja aí, ao seu lado, olhando dentro dos seus olhos como quem quisesse enxergar o que teu coração demonstra. Mais tarde, à noite, quando você se deita, sou quem te ver sonhar sentado ao seu lado esperando você dormir. Dizendo que tudo vai ficar bem.

Perceber... Sentir... Querer...

Por alguns instantes esqueça seus problemas, feche os olhos, como se nada mais existisse. Agora, em pensamento, me deixe chegar perto de ti, te abraçando. Sinta meu coração batendo ao compasso do seu. Sinta que não está sozinha, nunca esteve! Apenas esqueceste de olhar mais com os olhos do teu coração. Então abra os olhos, veja os meus...

Eu estou aqui, bem do seu lado. E não sairei mais. Nunca mais!



[City of Angels]

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Tempo de Busca

"Procuro por uma porta que me abra um tempo mais sereno.
Pressinto que ela está por aí, talvez próxima, à toa nos meus caminhos vagos.

Entre uma passada e outra me apresso em tocá-la, e ela na sua calma surda de madeira se afasta para voltar ao estado de árvore.

Sinto que também ela procura por alguma coisa com algo de vento mastigando capim.

Vez por outra escuto um mugido rangendo entradas e saídas trompa pastoral se fechando em tardes.

Meus amigos me dizem que possuem sua chave, que são íntimos no entrar e sair.
— seja pela parte da frente seja pela parte de trás — sabem até do seu humor pela leitura enrugada dos múltiplos nós, mas não podem emprestá-la.

Temem que eu não volte para devolvê-la."


(Anibal Beça)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Uma parte apenas

Minha meia-felicidade finalmente morando comigo. Permita-me abrir meu meio-sorriso, estender meu meio-cumprimento e falar só a metade do que se merece ouvir. Só a metade basta... por hora...


...porque a outra metade está vindo. E depressa!


P.S.: Guess what?!


(D. Cris)

Um (o) trecho

"...se submete seu povo à uma má educação e as boas maneiras são corrompidas na infância, e ainda os pune por aqueles crimes que a educação lhes obrigara a cometer, então o que podemos concluir senão que você cria ladrões para depois puni-los?"

(
Trecho do livro Utopia)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Rascunhos da Noite

Fez-se silêncio... Fecho os olhos... Ouço as sábias palavras do nada, sinto o delicioso aroma de ninguém, e conto o tempo no relógio até a hora que ele parar de correr. Há milhas de distância, me perco no azul de olhos escuros, encontrando nas diferenças a parte igual de querer, ter e ser. São detalhes que fazem a perfeição. Mas a perfeição não é detalhe, é?! E não precisa ser perfeito, basta ser pra sempre; todo o sempre.

Abro os olhos: eu, navegando em quimera, vejo a realidade à minha frente. Então agarro com todas as forças e não solto mais. Não posso. Não tenho tempo, o relógio não parou, o silêncio foi invadido por pensamentos gritantes, e o aroma... O aroma é tão doce, tão peculiar, que inebria toda a razão que antes existia àquela hora.

Subitamente faz-se silêncio... Fecho os olhos... E começa tudo de novo.


(D. Cris)