terça-feira, 8 de setembro de 2009

Tempo de Busca

"Procuro por uma porta que me abra um tempo mais sereno.
Pressinto que ela está por aí, talvez próxima, à toa nos meus caminhos vagos.

Entre uma passada e outra me apresso em tocá-la, e ela na sua calma surda de madeira se afasta para voltar ao estado de árvore.

Sinto que também ela procura por alguma coisa com algo de vento mastigando capim.

Vez por outra escuto um mugido rangendo entradas e saídas trompa pastoral se fechando em tardes.

Meus amigos me dizem que possuem sua chave, que são íntimos no entrar e sair.
— seja pela parte da frente seja pela parte de trás — sabem até do seu humor pela leitura enrugada dos múltiplos nós, mas não podem emprestá-la.

Temem que eu não volte para devolvê-la."


(Anibal Beça)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Uma parte apenas

Minha meia-felicidade finalmente morando comigo. Permita-me abrir meu meio-sorriso, estender meu meio-cumprimento e falar só a metade do que se merece ouvir. Só a metade basta... por hora...


...porque a outra metade está vindo. E depressa!


P.S.: Guess what?!


(D. Cris)

Um (o) trecho

"...se submete seu povo à uma má educação e as boas maneiras são corrompidas na infância, e ainda os pune por aqueles crimes que a educação lhes obrigara a cometer, então o que podemos concluir senão que você cria ladrões para depois puni-los?"

(
Trecho do livro Utopia)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Rascunhos da Noite

Fez-se silêncio... Fecho os olhos... Ouço as sábias palavras do nada, sinto o delicioso aroma de ninguém, e conto o tempo no relógio até a hora que ele parar de correr. Há milhas de distância, me perco no azul de olhos escuros, encontrando nas diferenças a parte igual de querer, ter e ser. São detalhes que fazem a perfeição. Mas a perfeição não é detalhe, é?! E não precisa ser perfeito, basta ser pra sempre; todo o sempre.

Abro os olhos: eu, navegando em quimera, vejo a realidade à minha frente. Então agarro com todas as forças e não solto mais. Não posso. Não tenho tempo, o relógio não parou, o silêncio foi invadido por pensamentos gritantes, e o aroma... O aroma é tão doce, tão peculiar, que inebria toda a razão que antes existia àquela hora.

Subitamente faz-se silêncio... Fecho os olhos... E começa tudo de novo.


(D. Cris)