terça-feira, 13 de abril de 2010

Vento, ventania

Quisera eu ter o poder de ver o vento. Mas não através de outros objetos, vê-lo mesmo. Queria ver a maneira como se move, como dança no ar, como vai, como vem, como vai e vai mais uma vez... E aí não volta mais. Simplesmente vai! Ou será que volta?

Eu imagino que o vento um dia já caminhou como todos nós. Talvez ele ainda saiba como se faz. Mas caminhar se torna chato quando aprendemos a voar. Às vezes eu o invejo; é livre, invisível, pode estar perto de quem quiser, seja há minutos ou milhares de distância. Mas só às vezes. Outras vezes sinto dó porque ele não pode olhar nos olhos e através deles sentir o verdadeiro significado da palavra "amor". Sabe aquele amor sincero, frio na barriga quando a pessoa liga, medo de perder alguém que a gente ama? Acho que isso ele não pode ter. Então mesmo eu não podendo dançar no ar, não podendo ficar invisível e mesmo não podendo voar pra onde quiser, seja há minutos ou milhares de distância, eu não troco a sensação gostosa de amar e ser amado em retribuição junto com todos os detalhezinhos que o acompanham. Que leve o tempo que for, não importa. Apenas me leve bem leve como o vento que ainda não posso ver.


(D. Cris)

2 comentários:

Jamerson Izaque Widller disse...

"A maior dor do vento é não ser colorido".
Mário Quintana

Anônimo disse...

Amigaaa, amei o que vc escreveuuu!!
beijosss